sábado, 31 de janeiro de 2015

Retorno às atividades - CEI AYRTON SENNA 2015


ÓTIMO ANO À TODAS E TODOS !


PROGRAMAÇÃO

Dia 02/02/2015 - Reunião de Organização da Unidade.

  8:00  às 12:00 horas/  12:30 às 16:30 horas.

 Dia 03/02/2015 - Reunião com os pais e a equipe escolar 

  9:00 às 11:00 horas.

                               
  Dia 04/02/2015 - Atendimento normal para os alunos da escola
                                                             
 Adaptação dos novos alunos conforme orientação  dada no dia 03/02/15.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Contação de História - Professora Rita / Minigrupo A


SAIBA COM FUNCIONA O SISTEMA DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO PAÍS

 

Pré-escola e creche

Primeira fase da educação infantil é um direito das crianças de zero a três anos




por Portal Brasilpublicado: 03/04/2012 12h38última modificação: 04/08/2014 15h19
Na primeira fase de desenvolvimento, compreendida entre os zero e os três anos, as crianças são atendidas nas creches ou instituições equivalentes
Na primeira fase de desenvolvimento, compreendida entre os zero e os três anos, as crianças são atendidas nas creches ou instituições equivalentes

Estar na escola é um direito de toda criança desde o seu nascimento. Este direito está assegurado no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e registrado também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
No Brasil, a educação infantil, etapa inicial da educação básica, atende crianças de zero a cinco anos. Na primeira fase de desenvolvimento, dos zero aos três, as criança são atendidas nas creches ou instituições equivalentes. A partir daí até completar seis anos, frequentam as pré-escolas.
Esta organização reflete uma mudança de concepção acerca das creches. Em vez de serem consideradas como ação de assistência social ou de apoio às mulheres trabalhadoras, estas instituições passam a fazer parte de um percurso educativo que deve se articular com os outros níveis de ensino formal e se estender por toda a vida.
Mas a primeira etapa deste percurso orienta-se não para conteúdos ou o conhecimento formal. Antes de tudo, a educação infantil deve atuar sobre dois eixos fundamentais: a interação e a brincadeira. A proposta pedagógica e as atividades devem considerar estes eixos.
O ambiente escolar também deve refletir esta preocupação. A indicação é que o espaço seja dinâmico, vivo, “brincável”, explorável, transformável e acessível para todos.
Não há uma regulamentação específica sobre como devem funcionar as creches, valendo para elas as mesmas diretrizes da segunda etapa da educação infantil. No entanto, a legislação diz que a matrícula só é obrigatória a partir dos quatro anos. Antes disso, a frequência à creche é uma escolha da família e uma oportunidade garantida pelo Estado. Entretanto, o ECA garante que o Estado pode ser acionado judicialmente caso não atenda a demanda existente.
As creches estão vinculadas às normas educacionais do sistema de ensino ao qual pertencem. Devem contar com a presença de profissionais da educação em seus quadros de pessoal e estão sujeitas à supervisão pedagógica do órgão responsável pela administração da educação.
De acordo com a LDB, os municípios são responsáveis pela oferta e a gestão da educação infantil. No caso das creches, a legislação permite que instituições privadas sem fins lucrativos façam parte do sistema público, oferecendo atendimento gratuito. Para isso, deve ser firmado um convênio ou outro tipo de parceria público-privada entre a Prefeitura e a instituição.
Outra questão importante é o período de atendimento nas creches. No fim de 2011, o Conselho Nacional de Educação estabeleceu que as creches públicas não devem fechar durante as férias.
Considerando os cuidados específicos desta fase da vida e a importante relação com os demais direitos da infância, o Ministério da Educação elaborou critérios de referência para uma creche que garanta os direitos integrais das crianças.
Estes critérios lembram que as crianças têm direito à brincadeira, à atenção individual, a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante, ao contato com a natureza, a higiene e à saúde, a uma alimentação sadia, entre outros. Também registram que as crianças têm direito a atenção especial nos períodos de adaptação à creche.
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Aprendizagem em todas as fases da infância

Bebês são capazes de aprender muito

Para isso precisam ser estimulados e desafiados a encarar novas vivências

Anna Rachel Ferreira (anna.ferreira@fvc.org.br)


Bebês são capazes de aprender muito. Foto: Sílvia Zamboni
"Ela não entende nada do que você diz." "Ele só chora." "Bebês não fazem nada sozinhos." Comentários como esses são comuns quando adultos se referem a crianças até 2 anos. A ideia de que são seres dependentes e alheios ao que acontece à sua volta tem norteado o modo como pais e educadores as tratam. Pesquisa do Ibope Inteligência em parceira com o Instituto Paulo Montenegro (IPM), divulgada em 2014, revela que, para 53% dos brasileiros, os pequenos começam a aprender alguma coisa só depois do sexto mês de vida. Quando perguntados sobre o que é mais importante para o desenvolvimento deles, 51% dos entrevistados disseram ser a ida ao pediatra e a vacinação. Receber atenção dos adultos obteve apenas 18% das respostas.

Pouca gente sabe que essa turma, apesar de muito nova, aprende o tempo todo, entende boa parte do que dizemos e faz coisas sozinha. Basta dar oportunidades e desafios.
 
Descobertas de todos os gêneros

Na década de 1940, a pediatra austro-húngara Emmi Pikler (1902-1984) geriu o abrigo Lóczy, em Budapeste, hoje Instituto Emmi Pikler. Para lá, levou observações de quando atuava em uma clínica. Elas diziam muito sobre as competências e as necessidades dos bebês. Emmi notara, por exemplo, que a incidência de fraturas era menor em crianças de bairros operários que nas de famílias ricas - mesmo as primeiras tendo hábitos aparentemente mais perigosos, como correr na rua. O dado a fez pensar que a liberdade de movimento seria um impulso para aprender a melhor maneira de cair. Consequentemente, isso se mostrou uma prevenção mais eficaz do que o controle dos adultos. A médica também concluiu que quando o conforto dos bebês era privilegiado e suas escolhas respeitadas, conseguir a colaboração deles em momentos cotidianos, como o da alimentação, se tornava uma tarefa mais agradável para todos.

Gerir o abrigo deu a Emmi a oportunidade de ampliar as observações e analisar como as vivências infantis aconteciam no dia a dia. Daí em diante, optou por enxergar os bebês que chegavam em Lóczy como pessoas que têm preferências, necessidade de afeto e competências.

A proposta de pensar o bebê como alguém que aprende ativamente e, para tanto, precisa de autonomia e de respeito, tem a ver com o que defendem pensadores caros à Pedagogia. Jean Piaget (1896-1980) já dizia que o indivíduo, chamado de sujeito epistêmico, nasce com a capacidade de estabelecer relações por meio das quais desenvolverá seu conhecimento. É também do cientista suíço a ideia de ser essencial a participação ativa de cada ser humano para que haja aprendizagem. As duas prerrogativas são válidas para qualquer idade, inclusive até 2 anos.

Desde o nascimento, temos intencionalidade e responsabilidade por nossas ações. "Cabe ao adulto criar situações e dar espaço para que os pequenos tenham oportunidades de se expressar", explica Lino de Macedo, professor aposentado do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). De acordo com o docente, para eles, o mundo é uma grande descoberta. Ao nascer, os bebês são apresentados a um universo de formas, texturas e espaços, que deve ser explorado com autonomia.

Os adultos e os colegas de turma fazem parte das novidades a ser desvendadas pelo grupo. O psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934) já entendia a Educação como um processo social e esse, por sua vez, como um processo educativo. Quer dizer que toda interação no ambiente escolar é um ato de ensino - inclusive situações que reforçam o vínculo entre adulto e bebê - e uma vivência para a aprendizagem. Sobre essa questão, o educador francês Henri Wallon (1896-1934) destacou a afetividade como um dos campos funcionais sobre os quais se estrutura a cognição. Assim, com trocas afetivas, a criança é capaz de conhecer o mundo. Mas o fato de que os bebês interagem, aprendem e constroem conhecimentos antes mesmo de falar muitas vezes é ignorado. "Eles precisam ser respeitados como qualquer ser humano, e não serem tratados como bonecos, que só devem estar limpos, cheirosos e bem alimentados", fala Mariana Americano, formadora do Instituto Avisa Lá.

A importância da leitura na primeira infância

Entrevista com Evelio Cabrejo Parra

Pesquisador colombiano radicado na França diz que a leitura na primeira infância é fundamental para a construção do sujeito e explica o que e como ler para crianças desde os primeiros meses de vida

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=== PARTE 1 ====
Evelio Cabrejo Parra. Foto: Alfredo Brant
Evelio Cabrejo Parra
A maior companheira do ser humano, quem sabe a única capaz de acompanhá-lo por toda a vida. Essa é a definição de linguagem elaborada por Evelio Cabrejo Parra, pesquisador colombiano radicado na França, doutor em Linguística e mestre em Filosofia e Psicologia.

Quando nascemos, a voz é uma velha conhecida: a partir do quarto mês de gestação, a audição do feto passa a ser desenvolvida e ele começa a distinguir vários aspectos acústicos.

Ao ler histórias para os pequenos, damos a eles a chance de encontrarem nelas ecos de sentimentos que ainda não conseguem explicar, embora os experimentem com frequência. E assim começa para cada um de nós um mergulho num universo particular.

O mundo em que crianças e livros se encontram é o campo de investigação a que Parra, vice-diretor do Departamento de Formação e Pesquisas Linguísticas da Universidade Paris Diderot, na França, se dedica há anos. Nesta entrevista, ele discorre sobre a revolução que a literatura é capaz de fazer na vida da meninada desde os primeiros meses de vida e explica como a linguagem e o pensamento estão intimamente conectados.
Suas pesquisas abordam a importância de os bebês escutarem para a construção da linguagem e da relação deles com as pessoas que os cercam. Como é essa relação?
EVELIO CABREJO PARRA
Quando estudamos os pequenos, é preciso entender as competências naturais que carregam consigo ao nascer, dentre elas, a faculdade da linguagem. O bebê vem ao mundo com uma sensibilidade muito grande à voz humana. Ao ouvir, tenta construir significados. A voz se forma assim. Eu falo, por exemplo, porque escutei os meus pais quando ainda estava no berço e comecei a roubar algumas coisas da voz deles para construir a minha própria.

Por que ler para as crianças contribui para o processo de aquisição da linguagem?
CABREJO PARRA
Se o adulto fala com elas usando unicamente a linguagem cotidiana, dando ênfase a expressões como "Venha aqui", "Pegue isso" e "Não toque ali", estará somente dando ordens, sem deixar espaço para o processo de escutar, que não acontece nessas situações. É durante a leitura que os bebês têm a oportunidade de ouvir e esse tempo é fundamental. Eles se colocam em posição de escuta e podem construir significados à sua maneira: observam o rosto do leitor e a direção do olhar dele e vão aprendendo o que é um livro. Ao mesmo tempo, já possuem um pequeno léxico usado no dia a dia - os verbos ser e estar, por exemplo - e conseguem identificá-lo no texto lido. Descobrem, então, que algo que está neles também está na obra. Assim, começam a compreender os textos de maneira prazerosa, tomam gosto pela leitura e entendem o espaço cultural dos livros no mundo. Na primeira infância, o hábito de ler deve ser integrado às competências naturais que as crianças têm. Assim, elas constroem significados para as coisas.

Por que é importante trabalhar com diversos tipos de leitura logo na primeira infância?
CABREJO PARRA
O falar cotidiano é pobre. Devemos dar aos bebês a chance de desfrutar ao máximo as possibilidades dos textos poéticos e literários. Nossa língua é uma fonte inesgotável de produção de frases e de encontro de palavras, coisas que só são descobertas pelos pequenos quando temos o hábito de ler muitas histórias para eles. A partir de então, a linguagem começa a se transformar em uma companheira para toda a vida, possivelmente a única que estará sempre à disposição para falar, escutar, sonhar, fantasiar. Por meio dela, é possível colocar dentro de si harmonias e significados diferentes, elaborando um capital psicológico que poderá ser acessado em muitos momentos. Temos dois nascimentos: um biológico e outro psíquico, e a linguagem é a matriz simbólica da construção do sujeito.